quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Alunos do 8.º C entrevistam a Dra.Teresa Oliveira

Espaço onde se divulgam as entrevistas feitas aos membros da Comunidade


A Dra. Teresa Oliveira nasceu em Moçambique, a 10 de fevereiro de 1956, numa cidade que se chamava, naquela época, Lourenço Marques e que hoje se chama Maputo. Desde 2001 que é a Bibliotecária da Biblioteca Municipal Manuel Francisco do Estanco Louro, em S. Brás de Alportel.

Trabalha na biblioteca desde a sua abertura?

R: Sim, comecei a trabalhar um bocadinho antes da sua abertura ao público. Ela abriu no dia 1 de junho de 2001, e eu comecei a trabalhar na biblioteca no dia 1 de abril.

Com que idade começou a interessar-se pelo mundo dos livros?

R: Não consigo dizer exatamente a idade. Penso que terá sido antes de eu saber ler que comecei a gostar de livros. Mas depois, quando aprendi a ler, comecei a gostar ainda mais e é um dos maiores prazeres da minha vida.

Como define a palavra “biblioteca”?

R: Para mim, biblioteca é aquele espaço… É uma casa que está de portas abertas para todas as pessoas de todas as idades, de todos os grupos económicos e sociais, de todas as religiões, de todas as maneiras de pensar… Penso que é a casa que tem a porta mais aberta para todos que pode existir no mundo!

O que diria a um jovem que não gosta de ler?

R: Diria: “Eh! Ainda não descobriste uma coisa tão deliciosa? Como é que isso é possível?! Anda cá, que eu vou-te mostrar como é que é possível!”

Concorda com o novo acordo ortográfico?

R: Não, não concordo! E não tem a ver com o facto de eu ser uma pessoa mais velha e estar muito habituada a escrever duma determinada maneira e não queira mudar, não queira aprender coisas novas. Acho que a forma como uma palavra é escrita é guardada na nossa memória duma certa maneira e também ganha uma certa elegância se é escrita com mais um “c” ou mais um “p”, ou com hífen ou sem hífen… Aquela palavra, quando nós a lemos, pode ser uma palavra mais comprida, mais curta… Para quem é um bom leitor, até a forma como as palavras se escrevem é importante! Para nós, não é só a história. Até o som da palavra, a grafia, o desenho que tem quando é escrita, tudo isso se torna importante. E acho que reduzir a escrita duma palavra apenas ao som que tem, é como fazer uma dieta muito rígida. A pessoa fica muito magrinha mas fica com os ossos todos espetados! Para mim, é assim uma coisa do género.

Já se adaptou às mudanças do novo acordo?

R: Tenho de me adaptar, porque até o software informático do Word, do e-mail, do Facebook, nos repõem um tracinho vermelho de errado! Quando escrevo à mão, uso a seguinte política: se estou a escrever em nome da biblioteca, que é um serviço público, sou obrigada a cumprir as regras de um serviço público e escrevo com a nova ortografia. Se estou a escrever para pessoas amigas, escrevo com a antiga ortografia.

Em três palavras, caracterize um bom livro.

R: Um bom livro é sempre um livro, aquele que em primeiro lugar nos emociona! E quando falamos da palavra “emocionar”, não significa chorar, “emocionar” é tocar cá dentro nas nossas emoções, na nossa sensibilidade… Pode ser chorar, pode ser rir, pode ser assustar, pode ser surpreender! Mas esse livro tem que nos tocar dentro da nossa alma de alguma maneira e por isso se chama criar uma emoção. Pode ser lágrimas, pode ser riso, pode ser espanto, pode ser reflexão, pode pôr-nos a pensar sobre…. Pode mostrar-nos uma nova maneira de ver o mundo, de ver as pessoas. Portanto, um bom livro traz sempre uma coisa nova à nossa vida, sempre! Senão, nós não conseguíamos acabar de o ler. Andamos ali com aquele livro debaixo do braço como que obrigatoriamente. Mas, quando ele nos toca, quando nos emociona, quando nos põe a pensar, quando nos põe a olhar para as pessoas e para o mundo de outra maneira, quando nos abre assim uma espécie de janela e nós começamos a olhar a vida e dizemos assim “Eu estava toda errada… as coisas podem ser diferentes” isso é um bom livro! Tem que ser um livro que emocione, tem que ser um livro que mude a nossa maneira de ver a vida e as pessoas de alguma maneira, e não precisa de ser um livro científico para fazer isso. Por exemplo, há um escritor russo chamado Dostoiévski que é do século dezanove, portanto está quase a fazer 200 anos que escreveu romances (não escreveu livros científicos) e é considerado o pai do romance psicológico. A maneira como ele descreve a vida de um louco faz milhões de pessoas olhar para os doentes mentais de outra maneira, de uma maneira completamente diferente, depois de ter lido os livros dele.

Tendo em conta que já leu uma enorme quantidade de livros, existem vários que a marcaram particularmente. Partilhe connosco esses títulos.

R: Sim, olhando principalmente para os livros da minha infância, lembro-me particularmente de um livro que se chama “A Cabana do Pai Tomás”, um livro muito antigo de uma escritora americana [Harriet Beecher Stowe], que fala da vida de um escravo negro nas plantações americanas, devido à amizade dele com uma menina, filha do patrão. Como eu nasci na África onde havia muitos negros pobres e eu era uma menina branca, e essa menina da história ajudou os escravos a tornarem-se pessoas livres, eu gostei especialmente daquele livro porque dizia assim: “Tu também, se quiseres, um dia, podes ajudar este povo a ser melhor”. Portanto, os livros às vezes também nos ajudam a criar, dentro de nós, vontades de, quando formos adultos, sermos umas pessoas especiais, mas não queremos ser só uma pessoa boa que leva a vida do dia a dia igual aos outros. Queremos ser especiais! E esse livro marcou-me muito, em querer ser especial. Havia também uma coleção que, é engraçado, agora as meninas começarem todas a ler novamente. Está a ser editada de novo com outras cores e outros formatos que era a “Rapariga Rebelde”. No meu tempo, chamava-se a “Trinta Diabos” porque era a história de uma menina que ia para um colégio interno estudar e fazia imensas “maroteiras” dentro do colégio. E como eu também estudava num colégio de freiras, identificava-me muito com aquela menina. Foi um livro que também me marcou e depois, como havia vários volumes, várias histórias diferentes, sempre com a mesma personagem… Outros livros que também me marcaram foram os da aventura “Os Cinco”, que agora vocês também já começaram a ler. Quando eu era mais pequena do que vocês, líamos com muito entusiasmo! Lembro-me de ir com os meus amigos da vizinhança (éramos um grupo de quatro ou cinco, juntamente com o meu cão, que entrava nessas brincadeiras) para o terraço da casa fazer de conta que era o nosso esconderijo… Esses livros foram muito importantes! Mais tarde, quando já andava no liceu, portanto com dezasseis, dezassete, dezoito anos, li romances do escritor russo de que vos falei há pouco, Dostoiévski, e impressionou-me muito a forma como ele caracterizava cada personagem, mostrando como o ser humano é tão complicado por dentro. Com ele, aprendi que, quando olhamos para alguém e a vemos por fora, pensamos “esta pessoa é simpática e até é inteligente”, mas é apenas uma impressão porque lá dentro daquela pessoa há muitas cores diferentes, há muitas emoções… Quando nós lemos livros de vários países, de diferentes épocas da história, torna-se impossível sermos racistas ou sermos contra uma religião, contra uma cultura… Quando nós lemos o que se passa com os outros povos, aprendemos a respeitar! 

Iara Lourenço
Joana Costa 
Rodrigo Guerreiro
8.º C
2014/2015

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Tecnologias: um problema do século XXI


Já paraste para pensar que tens família em casa? Que a tua vida não é apenas essas tecnologias às quais andas sempre agarrado? Agora pensa, como é que a nossa sociedade se transformou numa competição de likes?

Antigamente, as pessoas não dependiam tanto da tecnologia como hoje em dia, conversavam cara à cara, saiam à rua e conviviam sem ter de publicar na internet. Crianças de cinco anos, em vez de irem para a rua brincar, vão para as redes socias; há pessoas com os telemóveis constantemente nas mãos, em vez de aproveitarem a vida. Os adolescentes estão dependentes dos telemóveis, dos computadores, dos tablets… A internet é como uma droga para eles.

UAU! A nossa sociedade tornou-se escrava das tecnologias!

Lily Fowler
Milene Mestre
8.º C
2014/2015

Inauguração da Unidade de Ensino Estruturado da EBPBP

Decorreu no passado dia 3 de Dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, a inauguração Unidade de Ensino Estruturado para Crianças com Problemas do Espetro de Autismo, da Escola do 2º e 3º Ciclos Poeta Bernardo de Passos.

Na cerimónia, presidida pela diretora interina, Nídia Amaro, intervieram duas técnicas (Dr.ªCândida Castelo Grande, do CMR Sul e Dr.ª Nélia Capelinha, da APPDA), o presidente da Junta de Freguesia; o delegado regional da DGESTE e o vereador Acácio Martins, em representação do presidente da Câmara Municipal de S. Brás de Alportel.


Participaram também os delegados de turma da Escola Poeta Bernardo de Passos, os alunos com necessidades educativas especiais e seus encarregados de educação, os docentes, os auxiliares e outros convidados.


Esta unidade permite dar continuidade ao trabalho já desenvolvido no 1º CEB, acompanhando as crianças portadoras daquela problemática (autismo), que prosseguem a sua vida escolar, passando para o 2º e 3º CEB. A instalação da unidade decorre de uma parceria entre o Agrupamento que se candidatou e disponibilizou o espaço e o material didático; o Ministério da Educação que autoriza a contratação de técnicos e a Câmara Municipal que cedeu o mobiliário e o equipamento informático.


No fim da cerimónia, foram entregues, a alunos com necessidades educativas especiais, ajudas técnicas, ao nível de equipamento informático (dois computadores e dois tablets), fornecidos pelo Centro de Recurso TIC para a Educação Especial. 


Com o objetivo de promover a inclusão de alunos diferentes e de alertar a comunidade educativa para a promoção de atitudes individuais necessárias à construção de uma escola inclusiva, ao longo da semana, foram desenvolvidas diversas atividades, de que destaco a exposição de trabalhos dos alunos com necessidades educativas especiais, a promoção de obras relacionadas com esta temática, nas bibliotecas escolares e o visionamento de um filme sobre inclusão, seguida de debate nas turmas.


Esta foi uma semana em que os valores da equidade, respeito pela diferença, entreajuda e solidariedade e inclusão foram muito trabalhados pela comunidade educativa e que espero que perdurem nos nossos corações ao longo da vida.

Programa da Semana Internacional da Deficiência
Professora Nídia Amaro

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Ataque aos cupões!


Com o aparecimento da crise, muitas pessoas aderiram à nova moda, os cupões. Quando o dinheiro escasseia, as pessoas procuram usá-los nas suas compras, tentando assim diminuir o preço final da sua conta.

E agora, caro leitor, pergunta-se: onde se pode conseguir estes fantásticos cupões? Pode arranjá-los em jornais, através de internet, aderindo aos cartões de determinados estabelecimentos que proporcionam a entrega dos cupões na sua caixa de correio, e até pode chegar ao pé da sua vizinha e perguntar-lhe se não tem um cupãozinho a mais.

Há por aí muita gente doída por cupões, mesmo obsessiva-compulsiva. Esta prática de excessivo cupanismo pode levar pessoas a fazer compras de elevado valor, a pagando preços baixos. A utilização de cupões até já levou parte da população a mudar a frase do “Halloween” para “Cupões ou travessuras!”. Imaginem que os adultos já andam a competir entre si, para ver quem consegue os maiores descontos.

De facto, esta moda dos cupões afetou toda a sociedade, desde crianças até adultos. Se fosse a si, começava já… Vai ver que a sua vida vai melhorar!

Daniela Gonçalves 
Inês Viegas 
Liliana Martins 
8.º C 
2014/20105

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Abandono dos animais


E se lhe dissermos que alguns casos de abandono de animais se devem ao facto de os cães e os gatos sujarem a casa? Se as pessoas que abandonam animais fossem animais, não gostariam de ser abandonadas, como diz o velho ditado, “Não faça aos outros aquilo que não gostarias que lhe fizessem a si”.

A maioria das pessoas que age como se os animais fossem brinquedo e, quando estes crescem, jogam-nos fora. Mas não são! Adquirir um animal não pode ser um capricho do momento. Os animais são seres vivos que precisam de muito carinho, atenção e diversão. Muitas pessoas, quando vão de férias, esquecem-se de que têm um animal em casa que precisa de muitos cuidados. 

Existem, hoje em dia, inúmeros locais onde podem ser deixados. Custa algum dinheiro, mas um animal de estimação vale bem esse pequeno esforço que é recompensado com a sua alegria e amizade. Se adquirir um cão e deixar de ter condições para ele, deve arranjar-lhe um novo dono que possa cuidar dele. Em último caso, também pode entregá-lo a um proprietário de uma matilha.

Não há qualquer desculpa para o abandono dos animais, pois eles não se podem defender dos erros dos seus donos, apenas esperam ser bem tratados em troca da companhia e do carinho que dão aos seus proprietários.

Se é uma pessoa que abandona animais, não tem o direito de ser considerado humano!

Francisco Centeio
Marco Jesus
Pedro Pereira
8.º C
2014/2015

A turma do 8.º C colabora com a Cáritas





No passado domingo, dia 2 de novembro, os alunos do 8.º C colaboraram numa recolha de alimentos com a Cáritas, nos supermercados aderentes de São Brás de Alportel.

Esta iniciativa teve origem num desafio colocado pela diretora de turma no âmbito de uma recolha de produtos alimentares e higiénicos. Grande parte dos alunos aderiu, pois sentem que devem ajudar os outros, especialmente com a crise que se faz sentir. Muitas famílias estão a atravessar dificuldades, por isso estas recolhas são indispensáveis. Tal como referiu uma das representantes da Cáritas de São Brás de Alportel, “Antigamente apenas os idosos necessitavam de alimentos, pois não tinham emprego. Na atualidade todos precisam”.

Os intervenientes da Cáritas sublinharam que mais uma vez se tratou de um sucesso, pois foi muito grande a adesão da população, o que contribuiu para uma das maiores recolhas dos últimos anos. Novamente, os produtos mais recebidos foram massas, arroz e leite. Um aspeto menos positivo foi o facto de dois supermercados não terem aderido a esta iniciativa, o que defraudou as expetativas da Cáritas de São Brás de Alportel.

Diogo Sousa
Lucy Gibson
Patrícia Silva
8.ºC
2014/2015

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A “crise” escolar


Para cerca de metade dos alunos da nossa escola, a não atribuição de subsídio para o pagamento de visitas de estudo constitui uma situação muito preocupante.

Como o país está muito bem, o Governo ainda teve a brilhante ideia de retirar estes apoios aos alunos carenciados. Já não basta os estudantes terem de se preocupar com a sua vida escolar, agora ainda têm de arranjar maneiras para angariar dinheiro para participarem em visitas de estudo, pois não têm dinheiro.

Ao contrário do que se pensa, as visitas de estudo não são meras brincadeiras, são feitas com o objetivo de os alunos adquirirem mais conhecimentos, mais capacidades.

Ana Carolina Catarino
Gonçalo Magoito
Pedro Rita
8.ºC
2014/2015